Boas vindas

Seja bem-vindo, caro leitor/escritor. Ler faz bem à saúde - física e mental. Sabendo disso, obrigo-me a tomar cavalares doses diárias de leitura. Como tudo que é exagerado faz mal, preciso eliminar parte desse remédio para manter meu organismo saudável. Não há pâncreas que produza qualquer enzima capaz de catalizar a leitura, ou fígado capaz de ajudar a excretar o excesso. O melhor tratamento, descobri, é escrever. Crimine Liber, portanto, tem a nobre e terapêutica missão de aliviar a pressão provocada pelas doses de leitura, além de fazer despejar aquilo que meu organismo absorveu de melhor ou pior dos livros que li, tenho lido ou vou ler. Espero que você aprecie!!!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Sherlock Holmes - Aventuras Secretas




Cotação: &&&&
Livro: Sherlock Holmes – Aventuras secretas (antologia de contos)
Organizado por: Carlos Orsi e Marcelo A. Galvão
Editora: Draco
258 páginas

Eu gosto muito de contos, acredito que pelo mesmo motivo que a maioria das pessoas. São rápidos, portanto podem preencher tranquilamente o tempo perdido no metrô. São textos coesos e concisos. Podem ser a porta de entrada de muitos escritores talentosos no mercado. Foi, portanto, sem muito esforço que um amigo me convenceu a comprar esse surpreendente livro.
O que me preocupa em uma antologia de contos escritos por autores diferentes é que, em sua maioria, a qualidade dos textos é muito acentuada. Não é o caso aqui. Tive sorte quando escolhi aleatoriamente o primeiro deles (O sexto do livro. Nunca leio na ordem apresentada): A aventura do Penhasco dos Suicidas, de Alexandre Mandarino. A pequena história é fiel aos traços elegantes de Sir. Conan Doyle. Tem humor, uma investigação instigante e um final nada elementar.
Minha segunda experiência foi, da mesma forma, agradável. O primeiro conto do livro, A aventura do americano audaz, de Octávio Aragão, é divertida e fora do comum, nem por isso menos sólida do que se espera do texto que abre uma antologia. A propósito, conheci o autor pessoalmente no lançamento do livro. Além da pena afiada, é uma pessoa que vale a pena conhecer.
Segui o conselho de outro amigo e como terceiro prato, parti para o ‘O caso do detetive morto’, uma pérola. O autor, Cirilo S. Lemos, é uma das jovens boas promessas da literatura brasileira. Na minha opinião, o melhor conto do livro deixaria o pai de Sherlock orgulhoso.
A história é inventiva, faz referências oportunas ao conjunto da obra de Conan Doyle e traz sacadas ótimas como “(...)Talvez o ocaso de um homem sem descendência seja, também, o ocaso dos elementos que compõem sua vida.”
E o livro segue na mesma linha, com a mesma qualidade, até o final. Pra quem gosta de policiais clássicos, esse é um lançamento indispensável. Para quem não gosta, é uma boa oportunidade de começar a gostar.
Vale mencionar o trabalho muito bom da editora e a qualidade do material, especialmente a gramatura das folhas e a diagramação perfeita. Perde ponto apenas em alguns pequenos furos de copidesque, mas que em verdade não fazem a menor diferença.
Comentário tolo: Não consegui desvendar nenhum dos mistérios, o que não é lá muita vantagem já que nunca fui muito bom nisso.