Boas vindas

Seja bem-vindo, caro leitor/escritor. Ler faz bem à saúde - física e mental. Sabendo disso, obrigo-me a tomar cavalares doses diárias de leitura. Como tudo que é exagerado faz mal, preciso eliminar parte desse remédio para manter meu organismo saudável. Não há pâncreas que produza qualquer enzima capaz de catalizar a leitura, ou fígado capaz de ajudar a excretar o excesso. O melhor tratamento, descobri, é escrever. Crimine Liber, portanto, tem a nobre e terapêutica missão de aliviar a pressão provocada pelas doses de leitura, além de fazer despejar aquilo que meu organismo absorveu de melhor ou pior dos livros que li, tenho lido ou vou ler. Espero que você aprecie!!!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Espinosa sem saída


Cotação: &&&&&
Livro: Espinosa sem saída
Autor: Luiz Alfredo Garcia-Roza
Editora: Cia. das Letras
210 páginas

Luiz Alfredo Garcia-Roza é um mestre. Com pouco mais de uma década de carreira literária ficcional, o autor criou um padrão inconfundível que o eleva a essa condição, ao lado de outros autores brasileiros como Rubem Fonseca e Patrícia Melo. Ler seus livros é sempre um prazer. Já em sua estréia como autor de romances policiais (O silêncio da chuva) Garcia-Roza abiscoitou os prêmios Jabuti e Nestlé. Lendo seus romances é fácil compreender o porquê.

Sua narrativa é dinâmica e uniforme, e seus personagens são carregados de dúvidas e inquietações que o aproximam do leitor. Não à toa. Garcia-Roza é um consagrado psicanalista.

Em Espinosa sem saída, na opinião desse blogueiro, o autor chega ao ponto ideal de maturidade de uma carreira que, esperamos, seja muito longa. O já histórico pesonagem Delegado Espinoza se encontra literalmente numa rua sem saída, quando se depara com um cirme aparentemente simples. Um mendigo morto em uma rua de Copacabana. De tão simples, o caso pode ser classificado como daqueles que, numa grande cidade, qualquer policial arquivaria. Não há testemunhas, pouquíssimas provas, ninguém reinvidica o morto.

O célebre Espinoza, no entanto, não vê razão para deixar passar em branco a morte do indigente. Outro crime acontece e, surpreendentemente, parece ter alguma ligação com a primeira morte. A partir daí uma teia psicológia é lançada sobre o leitor, que a abraça de bom grado.

Os complexos e recônditos caminhos da mente humana vão se mostrando cada vez mais profundos, capazes de revelar sentimentos que impulsionam o mais comum e inocente dos homens aos lugares mais inesperados. Ai o autor se revela um grande guia, carregando o leitor por essas estradas ocultas.

É leitura obrigatória para os amantes de romances policiais, especialmente pela oportunidade de acompanhar em tempo real o surgimento de um gênio literário.

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