Boas vindas

Seja bem-vindo, caro leitor/escritor. Ler faz bem à saúde - física e mental. Sabendo disso, obrigo-me a tomar cavalares doses diárias de leitura. Como tudo que é exagerado faz mal, preciso eliminar parte desse remédio para manter meu organismo saudável. Não há pâncreas que produza qualquer enzima capaz de catalizar a leitura, ou fígado capaz de ajudar a excretar o excesso. O melhor tratamento, descobri, é escrever. Crimine Liber, portanto, tem a nobre e terapêutica missão de aliviar a pressão provocada pelas doses de leitura, além de fazer despejar aquilo que meu organismo absorveu de melhor ou pior dos livros que li, tenho lido ou vou ler. Espero que você aprecie!!!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

LADRÃO DE CADÁVERES



Cotação: &&&&
Livro: Ladrão de Cadáveres
Autora: Patrícia Melo
Editora: Rocco
204 páginas

O oitavo romance da consagrada escritora e roteirista brasileira, Patrícia Melo, muda o tom. A própria autora, em recente reportagem ao 'Entrelinhas', classificou o romance como ficção, buscando retirar da garrafa o rótulo de 'romance policial'. Concordo com ela. Embora sujo de sangue (como todos os seus livros), Ladrão de Cadáveres é um romance paranóico de excelente cepa, mas não tem os elementos clássicos de um romance policial. Nem por isso, possui menos qualidades que seus anteriores sete romances.

A história se passa em Corumbá, Mato Grosso do Sul, onde o protagonista (sem nome) vive uma vida tediosa até presenciar um acidente aéreo que muda completamente o rumo de sua vida. Ao tentar, sem sucesso, resgatar o único tripulante do monomotor o protagonista vê nascer uma chance de dar uma guinada definitiva e termina por se enrolar em uma teia complexa de mentira, extorsão e paranóia, muito bem amarrada.

O clima sufocante da cidade do oeste - sempre quente e úmida - é vivido pelo leitor que parece reconhecer cada canto da cidade, bem como reconhecer em cada um dos personagens os traços comuns de pessoas comuns. É freqüente a sensação de já ter ouvido falar naquela história, ou em alguém que se encaixe em algum dos perfis criados. Esse é o grande trunfo da autora, sua obra é tão verossímil que a impressão que se tem é que se está acompanhando uma notícia de jornal.

É uma leitura agradável, que prende o leitor e o surpreende a cada página. Vale cada minuto.

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