Boas vindas

Seja bem-vindo, caro leitor/escritor. Ler faz bem à saúde - física e mental. Sabendo disso, obrigo-me a tomar cavalares doses diárias de leitura. Como tudo que é exagerado faz mal, preciso eliminar parte desse remédio para manter meu organismo saudável. Não há pâncreas que produza qualquer enzima capaz de catalizar a leitura, ou fígado capaz de ajudar a excretar o excesso. O melhor tratamento, descobri, é escrever. Crimine Liber, portanto, tem a nobre e terapêutica missão de aliviar a pressão provocada pelas doses de leitura, além de fazer despejar aquilo que meu organismo absorveu de melhor ou pior dos livros que li, tenho lido ou vou ler. Espero que você aprecie!!!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Tudo que você não soube



Cotação: §§§
Livro: Tudo que você não soube
Autor: Fernanda Young
Editora: Ediouro
134 páginas

Esqueça o talk show. Esqueça ‘Os Normais’ e os outros programas cômicos de TV. Leia ‘Tudo que você não soube’. A autora tem a estranha mania de dizer que tudo de mais relevante que fez em sua carreira – na televisão – é menos importante do que sua obra literária. E esse pequeno romance é um indício de que ela fala a verdade.
A obra conta, em cartas escritas para o pai (não tão original assim) a história de uma personagem sem nome (não tão original assim), que massacra a própria mãe, a marteladas (não tão original assim). O que surpreende, no entanto, não é o contexto, mas o seu desenvolvimento. Apesar de grotesca e grave, a história é contada de maneira bastante ‘agradável’. É leitura fácil, suave – desculpe a repetição – apesar do tema.
Depois de viver tudo o que se pode imaginar, a protagonista, sabendo da iminente morte de seu pai, busca resolver todo o conflito pessoal com o ‘velho’ por meio de cartas, em que visita seu passado, sem buscar justificativas, apenas esclarecendo o seu ponto de vista.
A nota a ser destacada é uma dúvida que permanece até o final: O pai receberá e lerá as cartas? Para a protagonista não é isso que importa e sim a possibilidade inusitada e repentina de colocar tudo em pratos limpos. E Fernanda Young consegue construir isso com maestria.
Vale a pena gastar algumas horas do seu dia lendo essa história comovente e, ao final, concluir que a autora pode ter, sim, razão. É melhor escritora que entrevistadora.

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